SIBS has the capacity to streamline the Portuguese Fintech ecosystem

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Renato Oliveira, CEO da FinTech portuguesa ebankIT, reconheceu que o ecossistema de FinTechs em Portugal “podia ser mais ambicioso” e disse que a dona da rede Mutibanco tem capacidade para o dinamizar. Sobre a PSD2, o gestor argumentou que vai permitir à Europa recuperar terreno face aos EUA e à China.

A tecnologia financeira tem evoluído a um ritmo alucinante com a entrada em cena das FinTechs em toda a cadeia de valor do setor financeiro. O que dantes era um processo moroso e burocrático, hoje em dia pode fazer-se com apenas um click nosmartphone, notabletou no computador. Falamos de abrir uma conta bancária em minutos ou de fazer uma transferência em segundos, por exemplo.

A apenas dois meses do término do período de adoção e implementação das ferramentas técnicas que darão lugar à era da banca aberta (ou do open banking) criada pela célebre diretiva de serviços de pagamentos II (em inglês, PSD2), o ecossistema das FinTech em Portugal está aquém do seu potencial. “Podíamos estar a fazer mais e a ser mais ambiciosos”, referiu Renato Oliveira, CEO da FinTech portuguesa ebankIT, que tem escritórios no Porto, Nova Iorque e no Level 39, o maior acelerador de FinTechs da Europa, situado em Londres.

Para o CEO da FinTech, se o todos os agentes de mercado do setor financeiro português unissem forças “ajudaria muito na aceleração e experimentação de novos conceitos”. “Na minha opinião, temos todos os ingredientes necessários para construir e dinamizar um forte ecossistema de inovação financeiro, mas temos de garantir que conseguimos alinhar os objetivos de todos os intervenientes relevantes e não apenas das FinTechs”, defendeu Renato Oliveira.

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“Faltam-nos âncoras relevantes que funcionem como dinamizadores de ecossistemas aberto” para fazer evoluir o ecossistema das FinTech em Portugal, alertou o CEO da ebankIT.

O passo em frente no ecossistema de FinTechs portuguesas pode ser liderado pela SIBS, dona da rede Multibanco, e pelos maiores bancos portugueses. “Têm capacidade para o fazer”, frisou Renato Oliveira, relembrando a que a SIBS tem “criado iniciativas muito relevantes, como o MB Way nos pagamentos e a plataforma de APIs”, o SIBS API Market.

PSD2 ajuda a Europa a recuperar terreno no digital para os EUA e a China

A PSD2 vai alterar os comportamentos de todos os agentes da indústria financeira, o que inclui os consumidores. “Praticamente nada se faz sem uma transação financeira”, reconheceu o CEO da ebankIT.

Muito se tem falado na dicotomia entre a banca tradicional e as FinTechs, baseada na concorrência, ainda mais com a entrada em vigor da PSD2. Renato Oliveira, por sua parte, não vai nesse caminho e referiu mesmo “os bancos deve encarar isto como uma oportunidade única para se transformarem e entrarem num novo paradigma de transformação digital”. E frisou que não se trata de “uma simples transformação digital do tipo ter umas aplicações móveis ou uma presença na internet”.

“Os bancos devem ser ambiciosos e rápidos na utilização da PSD2 e open banking para se posicionarem como pilares fundamentais de uma transformação mais abrangente e profunda, aproveitando a relação de confiança que ainda detêm junto dos clientes”, salientou o CEO da FinTech do Porto.

A PSD2 também dividido opiniões na relação entre regulação e a inovação. Se há quem defenda que a regulação pode sufocar a inovação, também há quem defenda que a regulação pode tornar a inovação mais sustentável. Neste ponto, Renato Oliveira defendeu que a PSD2 é um marco para a Europa, que permitirá o Velho Continente “liderar a transformação digital na área financeira”.

“A Europa perdeu completamente a interface digital com as pessoas para a Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft que dominam de forma global”, disse.

Mas há outra ameaça no mundo digital que a Europa não pode descurar: a China. Os famosos BAT – grupo composto pela Baidu, a Alibaba e a Tencent -, “estão a deslocar-se rapidamente para a Europa”, eles que já dominam no maior mercado digital do mundo, o chinês, alertou Renato Oliveira.

O facto de a PSD2 vir ajudar a Europa a recuperar terreno na indústria financeira digital para estes dois grandes rivais merece o aplauso do CEO da FinTech portuguesa. “Regulação com estas características é regulação altamente positiva, que acelera a inovação tecnológica de todo o ecossistema, não sendo restritiva nem imposto regras complexas que limitam e restringem o negócio das entidades financeiras”, defendeu.

Assim, “todos os intervenientes relevantes na cadeia de valor financeira, que normalmente resistem à mudança, vão naturalmente ter de se abrir ao exterior, fazendo-o de forma estruturada com elevados níveis de estandardização”, referiu Renato Oliveira.

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